Em um momento de tantas transformações, com grandes desafios para os profissionais de RH, um dos assuntos mais importantes para as empresas tem sido definir seu modelo de contrato de trabalho. Se ainda pairam no ar as incertezas, o trabalho híbrido tem se mostrado um regime com vantagens para a retomada pós-pandemia. É o que revelam estudos recentes sobre o tema.
Conforme vêm à tona, pesquisas mostram que, por enquanto, os benefícios do trabalho remoto, ao menos em parte da jornada, fazem valer as possíveis desvantagens.
Nos debruçamos sobre esses relatórios para apresentar o que é e como tem funcionado o regime híbrido hoje, tanto no Brasil, quanto em outros países. E trazemos as seis principais descobertas desse modelo.
Divulgado no início deste ano, um estudo da Own Labs revelou que trabalhadores em regime híbrido ou home office integral estavam 22% mais felizes do que os adeptos do modelo presencial. Além disso, mostravam-se menos estressados, mais focados e produtivos quando tinham que trabalhar no escritório.
Resultado parecido obteve pesquisa da Ergotron, empresa de móveis para escritório, na qual 56% dos funcionários em trabalho híbrido ou remoto responderam ter sentido melhora na saúde mental e mais disposição para praticar atividade física.
E essa satisfação tem gerado também uma expectativa por parte dos profissionais, que esperam que o futuro seja mesmo híbrido, como revelou levantamento do Instituto Gallup nos EUA, com 140 mil trabalhadores. Questionados sobre onde planejam trabalhar a longo prazo, 53% disseram esperar um arranjo em que possam atuar alguns dias longe do escritório.
E não para por aí. Em novo estudo, Os Empregados Estão Prontos para o Trabalho Híbrido, e Você?, a Cisco, líder mundial em tecnologia para internet, afirma que, globalmente, 82% dos trabalhadores dizem que o trabalho remoto, com a possibilidade que oferece de atuar em qualquer lugar, os tornou mais felizes. E 60% sentiram que sua produtividade aumentou.
No estudo da Cisco há ainda dados específicos sobre os colaboradores brasileiros em regime híbrido:
Quando o assunto é gênero, a pesquisa Modelos de Trabalho Pós-pandemia, Mais Flexibilidade, Empatia e Produtividade, da FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) em parceria com o PageGroup e a PwC Brasil da FGV, traz alguns dados interessantes.
De acordo com o levantamento, as mulheres tendem a preferir regimes de home office integral ou híbridos com apenas 1 ou 2 dias no escritório. Além disso, 78% delas relatam poder realizar todas ou quase todas as suas tarefas em home office, em comparação com 59% dos homens.
Outro aspecto que sempre vêm à tona nas discussões sobre o regime híbrido é o papel da gestão e como ela influencia o bem-estar dos funcionários. Na pesquisa da FGV, 61% dos líderes entrevistados disseram achar mais difícil alinhar os interesses da equipe com uma gestão remota. No entanto, nas empresas onde a adaptação da liderança ao trabalho remoto foi maior, os executivos tendem a concordar menos com essa afirmação.
O resultado esbarra em uma insatisfação dos funcionários: a falta de comunicação por parte das empresas ao adotarem o modelo híbrido. O relatório anual 2022 Work Trend Index, da Microsoft, por exemplo, aponta que 38% de seus colaboradores não sabem exatamente quando e por quais motivos devem trabalhar no escritório. Enquanto levantamento da empresa de consultoria Magenta Associates revela que 73% dos funcionários avaliam que seus superiores não são claros com relação às políticas da empresa para o trabalho híbrido.
De acordo com a Microsoft, 43% dos gestores afirmam que o maior desafio dos modelos remoto e híbrido de trabalho é construir relações entre o time. Assim, cabe aos líderes dos times fazer uma gestão inclusiva sem priorizar apenas quem está no trabalho presencial.
E a solução não passa por simplesmente obrigar todos a voltarem para o trabalho presencial, mas sim por líderes criando espaço e tempo para que funcionários façam esse networking. E essa deve ser uma prioridade. Medidas que podem ajudar:
Outra dúvida frequente é sobre o número ideal de dias em home office e no escritório. Não existe ainda uma fórmula para isso, mas um estudo de pesquisadores da Harvard Business School em colaboração com a BRAC, maior ONG do mundo, com 35 mil funcionários, começa a apontar uma direção.
De acordo com eles, o ideal é que os trabalhadores estejam no escritório entre 9 e 14 dias a cada 35 dias úteis. Assim seria possível alcançar um equilíbrio entre as vantagens do home office, o engajamento nas tarefas, a conexão com os colegas e a produtividade na empresa.
O relatório da Microsoft alerta para outro fato importante: de que na medida em que o regime híbrido cresce, as jornadas de trabalho também estão aumentando. Considerando-se a ferramenta de reuniões on-line da empresa, o crescimento foi de 46 minutos comparando os períodos de março de 2020 e janeiro de 2022. As reuniões fora do horário de trabalho e em finais de semana aumentaram 28% e 14%, respectivamente.
No relatório Hybrid Work Index, da Cisco, os números reforçam essa ideia. Em agosto de 2021, dos 650 milhões de participantes em reuniões virtuais, 47% não estavam falando. A pesquisa aponta 5 características essenciais para um trabalho híbrido de sucesso, evitando a "fadiga de reunião" e a cultura tóxica. São elas:
Conclusão
Com abordagens e metodologias completamente diferentes, o que os estudos parecem ter em comum é o fato de que, considerando que o modelo híbrido é uma experiência em curso, com margens para que novas descobertas sejam feitas ao longo do caminho, o que já se sabe é que sua adoção significa bem mais do que apenas estabelecer uma nova escala de trabalho para seus colaboradores. Sabia que o cartão multibenefícios da Flash possibilita criar um pacote de benefícios muito mais alinhado ao contexto de trabalho híbrido dos seus funcionários? Conheça nossas soluções.