Gamificação nas empresas: use técnicas de jogos para resolver problemas de equipe

Entenda como aplicar a gamificação nas empresas para engajar funcionários que, estimulados pela estratégia do jogo, podem se sentir mais envolvidos.

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Quando se fala em gamificação nas empresas é comum pensar em recompensas para funcionários ou dinâmicas de recursos humanos para processo seletivo e recrutamento. Mas o termo, que vem do inglês “gamification”, é muito mais abrangente: a técnica é usada para engajar funcionários que, estimulados pela estratégia do jogo, sentem-se mais envolvidos. Não à toa, a gamificação aparece como uma das tendências de RH para 2023.

Fabiano Onça, criador de games e professor de game design, chama atenção para um ponto importante: gamificar não é fazer simulações, usar fábricas virtuais com avatares e chamar de jogo. Segundo ele, é importante oferecer protagonismo para o jogador.

"Um bom jogo é uma sucessão de escolhas relevantes. A gamificação nas empresas precisa oferecer ferramentas que criem opções interessantes para a tomada de decisões. Aí sim as pessoas tiram conclusões a respeito do que jogaram”, afirma.

Confira, a seguir, como usar a gamificação de maneira estratégica:

O que é a gamificação nas empresas?

Gamificação nas empresas é a estratégia de usar técnicas de jogos (online ou presenciais, como cartas ou tabuleiros) para engajar as equipes, resolver problemas de fluxo ou ampliar o diálogo dentro dos times, entre outras necessidades.

Até mesmo lançar uma moeda para cima é um jogo. O que o torna interessante é a tensão: vai dar cara ou coroa? “O que sustenta o jogo é não saber o desfecho. Não é preciso dar opinião final sobre o certo ou errado, basta que você represente adequadamente a tensão subjacente”, explica Onça. A gamificação nas empresas também precisa envolver emoção. Quanto mais mexer com sentimentos, melhor a aprendizagem.

“Buscamos recursos da gamificação há muito tempo. Porque eles ajudam no desenvolvimento de competências pessoais de forma lúdica, interativa e envolvente e também para engajar”, afirma a consultora de RH Claudia Rososchansky, especializada em mediação de conflitos com o olhar da psicologia, da gestão e da neurociência. Seu foco é desenvolver pessoas e ajudá-las a superar obstáculos.

Para Claudia, ao usar os jogos, as empresas saem do teórico e conseguem desenvolver ferramentas específicas para as pessoas se envolverem. Também ajuda a gerar engajamento de equipes em programas extensos, com muitos temas envolvidos, que exigem um comprometimento de agenda e disponibilidade: “Jogando, todo mundo se mantém comprometido”, acrescenta.

Algumas vantagens da gamificação nas empresas:

  • Mapear processos de aprendizagem e jornada
  • Reconhecer desafios
  • Criar know-how para superar desafios
  • Engajar a equipe
  • Solucionar problemas
  • Provocar os times para trazer soluções inovadoras
  • Estimular mudanças de atitude
  • Fortalecer o sentimento de pertencimento e team building
  • Facilitar o onboarding
  • Interação em eventos para fornecedores
  • Treinamento de colaboradores externos

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Como usar a gamificação?

Se a teoria parece interessante, vem uma pergunta prática: como usar a gamificação nas empresas? A estratégia se aplica desde dinâmicas rápidas, em reuniões em grupo, até jogos que duram até três dias ou mais de 600 funcionários jogando simultaneamente em convenções.

“Havia uma situação em que cada pessoa da empresa tinha uma visão do processo, e ninguém consultava ninguém. Fui chamado para aplicar a estratégia, e a ideia do game que propus era aumentar a conversação entre elas para que tomassem decisões mais balizadas. Nesses casos, é primordial ensinar a importância da gestão da informação”, conta Fabino Onça.

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“A sutileza da gamificação para empresas é que se o jogo vier com uma mensagem muito clara, imperativa, as pessoas não vão gostar, porque se rouba delas o protagonismo”, Fabiano Onça, criador de games e professor de game design.

A reflexão não vem pelo mecanismo da partida, que é apenas o “ambiente simbólico onde, de maneira figurada, as empresas trabalham as tensões da vida real”. Ela vem a partir da atitude das pessoas durante o jogo. Como exemplo, Onça cita um jogo que trabalha o tema do aquecimento global.

Nele é necessária uma articulação empresarial para promover mudanças de políticas públicas. Os participantes têm de lutar pela aprovação de leis, como a que facilita a produção energia eólica. Os jogadores podem ter diferentes graus de colaboração e investir ou não dinheiro (falso, do jogo) nas iniciativas. Mas, se a solução coletiva não funcionar, a Terra explode.

Ao longo do processo, questionaram Onça se ele deveria colocar uma regra para punir quem não ajudasse em nada. Mas, segundo ele, isso vai contra as dinâmicas corporativas. “Se fizer isso, fica óbvio. O jogador não deve ser punido por meio de uma regra, mas as outras pessoas olham para ele na mesa e ficam incomodadas." A gamificação permite que o mal-estar aconteça para que as pessoas possam pensar por si próprias. É o que Onça chama de metajogo.

Por isso, é fundamental manter sempre o aspecto lúdico da atividade. Se a dinâmica é claramente sobre a função exercida, a pessoa vai se sentir avaliada, tentar prever o que deve responder e talvez não seja tão espontânea. “Um bom exemplo são as salas de Scape Room, usadas em diversas dinâmicas corporativas. Ali, em uma situação fantástica de enigmas para sair do local, é possível avaliar como cada um trabalha em um contexto de estresse de grupo”, afirma Paula Carolei, professora de Jogos, Games e Gamificação no curso de Design Educacional da Unifesp.

Gamificação e engajamento

Muitas vezes, o funcionário recebe um convite de ações do RH com o desânimo de quem terá que parar suas atividades para fazer coisas que não acrescentam em nada. Quando a gamificação entra, o envolvimento é mais frequente, já que eles saem da rotina para fazer algo diferente, ficam motivados e veem nisso a oportunidade de dar uma pausa.

Contudo, para alcançar um bom envolvimento das pessoas, o primeiro passo para usar a gamificação nas empresas é saber onde a liderança quer chegar com isso dentro do time.

Daí a importância de se ter um diagnóstico das dificuldades. Se a meta é gerar experiência, é necessário um conteúdo emocional, oferecer conceito e a possibilidade de experimentar.

Jogos competitivos, em grupos, funcionam melhor para assuntos menos palatáveis, como regras de compliance. De qualquer forma, o uso do entretenimento, do lúdico, que usa os sentidos e a emoção, é uma cola poderosa para reter atenção e engajar.

“É importante fazer do jogo uma vivência, não simplesmente responder a um estímulo. No jogo, o profissional volta no que fez e revê o seu processo, fazendo um mapeamento de jornada.” Paula Carlolei, professora de Jogos, Games e Gamificação da Unifesp

Como funciona na prática

O recurso da gamificação pode ser aplicado em todas as esferas de uma empresa, com diferentes objetivos. Uma grande construtora, por exemplo, precisava trabalhar uma questão delicada, que era o assédio sexual nas obras. A ideia era expor a tensão, mas de uma maneira que não intimidasse os envolvidos, mas cativasse. Para isso, foi escolhido um jogo de cartas.

Onça diz ter usado um vocabulário popular para explicar aspectos da legislação e tocar em temas complexos. Ao fim da partida, as pessoas começavam a falar de suas experiências e contavam honestamente sobre casos espinhosos.

“Funciona para todos os temas, dos divertidos aos tensos. As pessoas projetam as questões em si e passam a discutir essa tensão. Há comportamentos que poucos assumem, como ser autoritário, por exemplo. As empresas que usam a gamificação podem fazer com que o grupo viva isso e converse, colocando-se um no lugar no lugar do outro”, diz.

E você, o que acha da gamificação como um recurso para conseguir melhores métricas e resultados?

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