Falar sobre treinamento e desenvolvimento de pessoas atualmente é mais estratégico do que se imagina. Diz respeito desde a atração de novos candidatos à retenção de talentos, passando por todo o ciclo de vida do colaborador dentro da empresa.
A Pesquisa de Tendências de RH para 2023, da Catho, por exemplo, mostra que a maioria dos desafios da área de gestão de pessoas estão relacionados às oportunidades de desenvolvimento. Atração de talentos é citado por 64% dos entrevistados, bem próximo de retenção, citado por 60%, este último fortemente ligado à capacidade das empresas de treinar, desenvolver e valorizar seus profissionais. Desenvolvimento de lideranças vem em seguida, com 59%, e recrutamento e seleção fecha o quarteto, com 56%.
Números que reforçam a importância do desenvolvimento de pessoas pela corporações e mostram como essa estratégia está no cerne da gestão moderna de pessoas como um diferencial para o sucesso, em um cenário altamente competitivo.
Confira os principais tipos, finalidades e modos de implementação de uma estratégia focada em treinamento e desenvolvimento e veja como as empresas só têm a ganhar com esse investimento.
Se os colaboradores tiverem incentivo, tempo e oportunidade de progressão, são grandes as chances de eles darem o seu melhor e se sentirem acolhidos pela empresa. As ações de treinamento e desenvolvimento visam, portanto, capacitar, atualizar e desenvolver cada funcionário, tornando-o apto para realizar com eficiência suas atividades, bem como prepará-lo para novas atividades ou futuras promoções.
Em seu livro “Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos: Como Incrementar Talentos na Empresa” (ed. Manole, 1999), o autor Idalberto Chiavenato lista três objetivos principais para o investimento no desenvolvimento dos funcionários:
Além desses pontos, vale destacar que uma estratégia de treinamento e desenvolvimento leva em consideração uma análise interna, comparando desafios das diferentes áreas do negócio e a necessidade de atualizações, e externa, para avaliar novas técnicas e processos disponíveis, sempre de acordo com os objetivos da empresa e com a busca de uma melhor performance e satisfação.
É possível dizer que uma gestão de treinamento e desenvolvimento, em conjunto com ações de recrutamento e seleção, remuneração justa e bons sistemas de avaliação, levam a um crescimento contínuo da organização, pois todos contribuem para um ambiente mais produtivo. Isso inclui melhoria do desempenho dos colaboradores, aumento da produtividade e retenção de talentos, uma vez que o investimento em treinamento demonstra o compromisso da empresa com o crescimento profissional dos colaboradores.
Programas de capacitação também podem preparar profissionais para assumirem cargos de liderança, desenvolvendo habilidades e competências necessárias para gerenciar equipes, tomar decisões estratégicas e liderar com eficácia.
Não menos importante, as ações de treinamento do RH permitem maior resiliência à empresa, tornando-a mais apta a mudanças. Isso acontece porque, como o ambiente de negócios está em constante evolução, as empresas precisam se adaptar a novas tecnologias, regulamentações e demandas do mercado. Dessa forma, treinamento e desenvolvimento permitem que os funcionários se atualizem e se adaptem a essas mudanças, garantindo que a empresa esteja preparada para enfrentar novos desafios.
Tudo isso favorece ainda o clima organizacional, uma vez que os colaboradores que participam de programas de treinamento e desenvolvimento, sentem-se mais valorizados e engajados, bem como incentiva a inovação e a criatividade, por fornecer aos funcionários a oportunidade de aprender e experimentar ações novas, encorajando-os a buscar novas soluções e ideias para os desafios organizacionais.
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As ações de treinamento e desenvolvimento são fortemente entrelaçadas no dia a dia das empresas, mas possuem conceitos distintos.
De acordo com Chiavenato, em “Gestão de Pessoas” (ed. Elsevier, 2004), o treinamento é direcionado para o presente, ou seja, foca o cargo atual de um colaborador e busca melhorias e capacidades relacionadas com o desempenho do profissional. Já o desenvolvimento olha para o futuro do profissional, aprimorando sua carreira, ou seja, outros cargos a serem ocupados, trabalhando habilidades que serão requeridas.
Chiavenato, entretanto, reforça que ambos, treinamento e desenvolvimento, necessitam de processos de aprendizagem, o que significa mudanças de comportamento do funcionário que acontecem por meio da incorporação de novas atitudes, conhecimentos e hábitos.
Embora na teoria a educação corporativa no Brasil venha sendo cada vez mais valorizada e reconhecida como um fator estratégico para o desenvolvimento e o sucesso das organizações, os números do setor demonstram uma forte ligação com as taxas de crescimento ou retração do país. Ou seja, os investimentos foram afetados pela crise que se iniciou em 2015 e tiveram uma retração ainda maior na pandemia de Covid-19.
Segundo a pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil, realizada pela ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento), em 2021, o valor médio de investimentos em T&D nas empresas pesquisadas foi de R$ 758 por colaborador, número equivalente ao realizado em 2017, quatro anos antes.
Além desses dados, a pesquisa traz uma tendência importante: um forte crescimento do nas corporações. Se em 2019, a modalidade representava 29% do total de treinamentos, em 2021, ela passou a 69%, contra 31% da presencial. E tudo indica que dificilmente voltará aos patamares anteriores, onde os treinamentos presenciais eram maioria.
Dentro deste cenário de mudança e novas tecnologias, listamos as 7 principais tendências para a educação corporativa nos próximos anos:
Totalmente conectada com as ações de treinamento e desenvolvimento, a gestão do conhecimento é o processo de identificação, captura, organização, armazenamento, recuperação e compartilhamento do conhecimento dentro de uma organização, visando melhorar a eficiência, a inovação e a competitividade.
O investimento em gestão do conhecimento é justificado por aproveitar o conhecimento existente em sua organização e transformá-lo em um ativo estratégico. Algumas das principais formas como as empresas estão investindo em gestão do conhecimento são:
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Existe atualmente uma variedade muito grande de modelos de treinamento e desenvolvimento usados pelas empresas para capacitar e garantir o crescimento profissional de seus funcionários. Alguns dos tipos mais comuns são:
Esses são somente exemplos dos tipos de treinamento e desenvolvimento mais comuns utilizados nas empresas. Cada organização deve adaptar sua abordagem de acordo com suas necessidades específicas e estratégias de desenvolvimento de talentos.
Boa parte dos teóricos de recursos humanos costumam dividir o processo de treinamento e desenvolvimento em quatro etapas principais, correspondentes às fases de diagnóstico, desenho, implementação e avaliação. Confira a seguir:
Esta primeira etapa consiste em um levantamento das necessidades de treinamento e desenvolvimento da organização. Nos termos de Chiavenato, na obra “Gestão de Pessoas”, muitas vezes as carências das empresas não são evidentes e necessitam de uma análise mais profunda, através de estudos internos para serem detectadas. Pode-se, por exemplo, verificar as necessidades da organização através de questionários e reuniões com os colaboradores.
A segunda etapa aborda o projeto, ou seja, como serão desenvolvidas as ações, cujo objetivo é atender as necessidades de treinamento e desenvolvimento levantadas na primeira fase. Aqui, é importante definir seis pontos básicos: para quem será o treinamento, a forma como deve ser treinado, em que consiste o treinamento, quem deve dar o treinamento; onde deverá ocorrer o treinamento e em qual momento.
A terceira etapa representa o trabalho prático. E a empresa deve escolher o tipo de treinamento para sua realidade e necessidades.
Por fim, a última etapa tem como objetivo analisar a eficácia do programa. A avaliação permite mensurar se os treinandos estão, efetivamente, atingindo os objetivos de aprendizagem. É importante que parte dessa avaliação seja realizada durante o próprio treinamento, possibilitando feedbacks relevantes para a recondução das atividades, ajustando ações caso algo não esteja acontecendo conforme o planejado. A importância dessa etapa não deve ser subestimada, pois é ela que permite o aprimoramento da eficiência dos programas e sua adaptação tanto no nível coletivo como no individual.
Em decorrência de recursos limitados ou falta de informação, realizar treinamento e desenvolvimento de funcionários em pequenas empresas pode ser um desafio. Entretanto, não se trata de uma impossibilidade, e, como vimos, as ações de T&D são fundamentais inclusive para ajudar no crescimento de empresas de qualquer porte. Confira abaixo algumas das estratégias que podem ser usadas em pequenas empresas para implementar ações de treinamento e desenvolvimento:
Elaborar um plano estratégico para o desenvolvimento de colaboradores em uma empresa envolve várias etapas importantes. Confira abaixo os 10 passos essenciais para criar um plano estratégico de treinamento e desenvolvimento para os funcionários de uma empresa:
Realize uma avaliação abrangente das necessidades de treinamento e desenvolvimento dos funcionários. Esse trabalho pode ser feito por meio de análise de lacunas de habilidades, feedback de gestores, resultados de avaliações e identificação das competências necessárias para as funções atuais e futuras na empresa.
Em conformidade com a cultura e os valores da empresa, estabeleça os objetivos a ser alcançados. Isso pode incluir treinamentos formais, workshops, programas de mentorias, projetos especiais, e-learning, entre outros.
Garanta que recursos sejam destinados à implementação das estratégias de treinamento e desenvolvimento. Isso pode incluir recursos financeiros, tempo para treinamento, apoio de mentores ou treinadores internos, e acesso a materiais de aprendizagem.
Crie um plano de ação detalhado que inclua as estratégias de treinamento e desenvolvimento, os recursos necessários, os prazos de implementação e as responsabilidades dos envolvidos na execução do plano, bem como KPIs e estratégias de monitoramento de resultados.
Execute o plano de ação, implementando as estratégias de treinamento e desenvolvimento conforme planejado. Isso pode incluir a realização de treinamentos, workshops, atividades práticas e acompanhamento dos participantes.
Utilizar mecanismos de avaliação para acompanhar o avanço dos funcionários em relação aos objetivos de treinamento e desenvolvimento é fundamental. Isso pode ser feito por meio de avaliações de desempenho, feedback dos gestores, testes de habilidades ou ferramentas de avaliação. Tenha os KPIs definidos antes de começar a implementação do plano de ação.
Durante e depois do treinamento, forneça feedback construtivo aos funcionários sobre seu progresso e desenvolvimento de suas habilidades e competências. Isso engajará a equipe e ajudará a identificar áreas de melhoria e a ajustar o plano de treinamento, se necessário.
Busque criar uma cultura organizacional que valorize a aprendizagem contínua e incentive os colaboradores a buscar oportunidades de desenvolvimento, promovendo uma mentalidade de crescimento e criando programas de reconhecimento e incentivo ao aprendizado. Uma campanha sobre essa cultura, bem como treinamentos motivacionais podem ajudar nessa tarefa.
Revise e atualize com frequência o plano de desenvolvimento, de forma a garantir sua eficácia e relevância contínuas, levando em consideração as mudanças nas necessidades de desenvolvimento dos colaboradores e nas metas de negócios da empresa.
Como falamos mais acima, as empresas brasileiras investem em média R$ 758 por ano no treinamento e desenvolvimento de cada funcionário. Para fazer com que cada centavo desse investimento valha a pena, ter bons instrumentos de monitoramento e avaliação é fundamental.
Para quem trabalha com plataforma LMS (abreviação de Learning Management System), uma maneira de acompanhar e medir a eficácia dos programas de treinamento é gerar relatórios automaticamente com base em indicadores-chave de desempenho (KPIs). Eles são medidas mais aprofundadas de aspectos específicos do treinamento e ajudam a disponibilizar dados valiosos e acionáveis de forma rápida, aumentando o impacto dos esforços de treinamento.
Em programas de treinamento, podemos usar vários KPIs diferentes. Alguns podem focar em fatores diretamente relacionados ao treinamento, como o número de funcionários que o concluíram ou o número de atrasos, outros se concentram nos resultados de negócios. Confira, abaixo, quatro sugestões de KPIs que, em conjunto, permitem um olhar amplo sobre os resultados do seu programa de treinamento.
Uma boa medida é acompanhar as atividades dos funcionários e saber como eles se envolveram com o programa de treinamento: horas de treinamento totais, horas de treinamento individuais, bem como o número de programas organizados. Verifique as estatísticas de aprovação/reprovação, tempo médio para conclusão e pontuações médias de testes.
Verifique se seus funcionários estão melhorando depois de participar de seus módulos de treinamento. Para isso, os KPIs de competência de trabalho geralmente cobrem áreas como: qualidade do trabalho, por exemplo, com que frequência o trabalho de um funcionário precisa ser refeito; eficiência individual; e desempenho em tarefas relacionadas ao trabalho. Dica: este KPI pode ajudá-lo a identificar melhor os funcionários elegíveis para promoção, bem como determinar quais departamentos são mais bem-sucedidos em suas atividades de treinamento e aprimoramento.
Utilizar este KPI permite identificar a porcentagem de funcionários em um ou mais departamentos totalmente qualificados em suas funções. Você pode executá-lo em um departamento para confirmar se todos são competentes ou executá-lo em vários departamentos para comparar taxas.
Embora seja um tanto difícil de definir em relação a números mensuráveis, a qualidade do desempenho pode ser um dos indicadores mais poderosos para justificar um investimento em treinamento de LMS. Algumas maneiras de capturar esses dados: verificar redução do número de reclamações de clientes; aumento na satisfação do cliente; aumento de referências de clientes existentes; e menor índice de cancelamentos de pedidos.
A medição é um desafio que todos enfrentam ao rastrear KPIs. É importante escolher cuidadosamente quais KPIs usar para medir o ROI e identificar lacunas de conhecimento que possam ser abordadas em programas de treinamento. Dado o impacto significativo que um programa de treinamento bem-sucedido pode ter em uma empresa, é essencial que as organizações adotem uma abordagem sólida para monitorar o progresso em direção às metas e se concentrem na análise dos KPIs adequados.
As plataformas LMS são sistemas completos de ensino, que transportam o ambiente educacional presencial para o espaço virtual. Dessa forma, elas viabilizam um ensino online rico e interativo, por meio de uma série de ferramentas que tornam o aprendizado mais dinâmico e completo.
Confira, abaixo, algumas vantagens do uso das LMSs na área de treinamento e desenvolvimento de funcionários, bem como conheça a plataforma da Flash People, especializada em treinamentos e capacitações corporativas.
Por sua flexibilidade, geração simplificada de dados, diversidade de ferramentas, custo baixo e possibilidades de customização e personalização, as plataformas LMS estão cada vez mais presentes no dia a dia nos programas de treinamento e desenvolvimento de colaboradores das empresas. Entre os principais motivos que levam as empresas a utilizar essas, podemos citar:
Por meio dessas e outras funções, um LMS eficaz pode ajudar as empresas a economizar tempo, recursos e esforços, melhorar a eficiência do treinamento e fornecer um ambiente de aprendizagem personalizado e acessível para seus funcionários.
Plataforma completa e automatizada para Recursos Humanos, a Flash People apresenta soluções para processos de admissão online, comunicação, treinamento e desenvolvimento, gestão de dados e engajamento dos colaboradores.
A Flash People possui um módulo completo de LMS, onde empresas podem criar e disponibilizar cursos e treinamentos exclusivos e customizados para seus colaboradores.
Além disso, a ferramenta permite que o RH crie avaliações para monitorar o desempenho de seus colaboradores e exibe métricas de como os colaboradores estão interagindo e engajando com os cursos. O que favorece um acompanhamento estratégico dos resultados.
Como último destaque, vale lembrar que, como em todas as áreas corporativas, acabou a ideia de achar que o digital “é o futuro”. Ele é o presente. Isso vale também para o setor de recursos humanos. O uso de soluções inteligentes para a tomada de decisões, seleção de novos candidatos e treinamentos corporativos só tende a crescer. Ou seja, a modernização é fundamental, não somente como uma consequência das mudanças que a sociedade enfrentou nos últimos anos, mas como base para uma atuação mais competitiva.
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