A exposição foi realizada pelos palestrantes Mônica Hauck (fundadora e CEO da Sólides), que esteve no painel de abertura do evento, e Alessandro Garcia (fundador e CSO da Sólides). A curadoria ficou a cargo de Jéssica Martins, que também esteve na abertura.
Mônica e Alessandro começaram a palestra falando um pouco sobre a Sólides e o que a empresa tem como objetivo. Posteriormente, abordaram o tema central do evento: voltar às raízes do RH.
Ressaltou-se a importância de avaliar a liderança da empresa, a cultura e a maturidade do RH para só então aplicar novas tendências e verificar se elas realmente fazem sentido para a organização.
Mônica comentou sobre o trabalho da Sólides em relação a maturidade do RH de seus clientes e que o conhecimento sobre as tendências muitas vezes é obtido pelas empresas sem que elas fortaleçam as suas bases.
Já Alessandro deu início aos seus comentários sobre o tema ressaltando que, hoje, o RH não é mais tão operacional, já que é possível automatizar diversos processos relacionados à gestão de pessoas.
Em todos esses pilares, é essencial o uso de dados inclusive para fazer processos dinâmicos, como promoções, contratações e demissões.
Segundo o palestrante, essa é uma realidade atual, não estando mais apenas no campo do futuro. Já é possível usar dados na prática das empresas, especialmente em processos decisórios.
Existem tecnologias que ajudam a obter e analisar os dados. Os softwares desse segmento já trazem as informações de maneira mais acessível, seja por meio de dashboards descritivos, predições, prescrições ou até controle das informações.
Em relação ao futuro, o palestrante comenta que ainda há o que se falar sobre People Analytics, Inteligência Artificial e Machine Learning. É preciso estar atento a essas questões, pois elas começam a ser uma realidade no Brasil e no mundo.
Dentro da mesma reflexão, o palestrante fez uma analogia muito interessante sobre os meios de automação financeira e o RH. No mundo financeiro, já é possível concentrar e automatizar os mais diversos processos, e isso também é possível na área de RH, que deve ser unificada e gerar dados e análises que melhorem a gestão de pessoas.
No mesmo sentido, Alessandro ressalta: “A forma como a gente vai desenvolver o PIB do país e fazê-lo crescer não tem outro caminho, a não ser desenvolvendo pessoas e fortalecendo as empresas através de pessoas”.
Mônica enfatizou que o RH deve ser um ecossistema integrado e que observa que já há uma democratização sobre os novos conceitos e tecnologias aplicáveis. Não é preciso ter grandes formações sobre gestão e estatística, mas sim o mindset adequado e estar preparado para isso.
A palestrante foi perguntada sobre a relação da tecnologia com a experiência do candidato, e aduziu que não existe nenhum espaço dentro da empresa em que a tecnologia não seja aplicável – especialmente quando se trata de RH.
Um exemplo disso é o retorno automatizado para candidatos de processos de seleção e recrutamento. Nesse caso, a tecnologia faz com que as relações sejam mais humanizadas, contradizendo a premissa de que a tecnologia desumaniza as relações.
Além disso, a tecnologia ajuda na obtenção de dados em relação aos colaboradores de uma empresa e permite que as ações sejam mais direcionadas. Em uma empresa que tem predominantemente pessoas mais introvertidas, o orçamento não é majoritariamente gasto com happy hours, por exemplo.
Alessandro foi perguntado sobre hard e soft skills e se já estamos preparados para isso. Ele comentou que é preciso estar em constante desenvolvimento, mas que tem visto boas surpresas em relação a essas habilidades dentro das empresas, principalmente no que tange a avaliações de desempenho.
O palestrante foi questionado sobre a preparação que deve ser feita para ter um bom entendimento dos dados nas empresas. Como resposta, ele alegou que tudo deve começar com uma mudança de mentalidade. A partir disso, é importante verificar os desafios e os gaps da empresa para então começar a se preparar. A prática também é uma boa aliada, sendo possível colher e mensurar dados de forma simples por meio do Excel, por exemplo.
Chegando próximo ao final da palestra, Mônica respondeu uma pergunta relacionada à automação das respostas de processos seletivos que chegam à fase final do processo. Ela disse que, nesse caso, a automação pode ser feita por meio do envio do mapa comportamental do candidato, da entrega de um e-book ou do material relacionado à sua área.
Jéssica trouxe uma reflexão sobre a atuação do psicólogo no RH. Ela comentou sobre a falta de conhecimentos relacionados ao business nos cursos de psicologia das universidades e, com isso, ressaltou a importância da capacitação do profissional que deseja atuar nessa área.
Então, Alessandro respondeu a uma última pergunta: “Como se tornar mais estratégico e deixar de ser opercional?”. Sua resposta foi: com a utilização de recursos de automação em relação às questões operacionais. Isso faz com que o profissional tenha mais tempo e gere mais valor para a empresa.
Jéssica também deixou uma pergunta muito importante aos participantes do evento:
“Qual tem sido a sua contribuição para a estratégia do negócio?” – Jéssica Martins
Mônica ainda foi questionada sobre os riscos de uma gestão de pessoas automatizada, ao passo que respondeu que existem riscos tanto em uma gestão manual quanto automatizada. Por conta disso, é importante implantar a tecnologia de forma inteligente e estratégica.
Ao final, Jéssica comentou que a automatização de currículos, por exemplo, tende a deixar o processo mais humano, tendo em vista que, em uma triagem manual, é possível perder currículos, deixar de ler e-mails e até mesmo fazer uma análise sem parâmetros justos para todos os candidatos.
A mensagem final de Mônica sobre o evento foi:
"Absorvam tudo, aprendam, realmente estejam abertos ao mundo novo. A gestão de pessoas está em um momento muito grande de virada de chave, de virada de processos, mudando práticas. Não fique de fora, não tenha medo. Fique aberto ao novo, seja protagonista!" – Mônica Hauck