No quinto dia do RH Summit, ocorreu a palestra Saúde Mental no radar das empresas, com a participação de Tatiana Pimenta, CEO da Vittude. A profissional falou um pouco sobre alguns dados e tendências relacionados à saúde mental no ambiente corporativo, destacando o aumento da procura por soluções para melhorar o bem-estar dos colaboradores por parte de empresas de todos os portes.
A palestra começou com a contextualização da Vittude dentro do cenário nacional. A empresa completou cinco anos de atuação em 2021 e, para a CEO, a listagem do burnout como doença ligada ao ambiente de trabalho pela OMS foi um ponto de virada para a startup.
Desde então, mesmo antes da pandemia, muitas empresas já vinham se preparando para cuidar de seus funcionários também no aspecto emocional e psicológico. Diante de uma crise global e sanitária, esse movimento se consolidou como mais do que apenas um diferencial, mas uma necessidade.
Durante o painel, foi lembrado que o Brasil é um país que bate recordes mundiais em índices como ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos. Pimenta também salientou que, além dos sintomas emocionais e a diminuição de funções cognitivas, um esgotamento psicológico pode causar problemas físicos, como gastrite, alergias, rotinas de sono irregulares e mais.
É necessário, portanto, que as empresas tomem atitudes para não apenas tratar colaboradores que apresentem tais problemas, mas também prevenir que colaboradores sadios adoeçam. O aspecto financeiro desse problema foi ressaltado.
“Mesmo antes da pandemia, o Brasil perdia mais de R$ 200 bilhões por não tratar doenças mentais no ambiente de trabalho” – Tatiana Pimenta
A profissional ressaltou também que, sobretudo nas áreas de tecnologia, as empresas passaram a enxergar seus colaboradores como verdadeiros ativos, ao invés de ver valor apenas em elementos como suas fábricas e escritórios, por exemplo.
Entregar benefícios atraentes é uma estratégia de employer branding que ajuda a reter profissionais valiosos e estimula a competitividade no mercado. Isso também permite que os profissionais consigam focar em suas atividades e evita o presenteísmo, que é quando o colaborador está presente, mas não desempenha suas tarefas de forma consciente ou empenhada.
Ainda foram destacadas as diferenças geracionais no que diz respeito aos benefícios de saúde mental. Segundo a palestrante, profissionais de gerações mais novas priorizam o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, valorizando empresas que oferecem recursos de autocuidado.
Enquanto isso, profissionais mais velhos apenas entendem o valor de cuidar da saúde emocional e mental uma vez que experimentam quadros severos de burnout.
“A gente precisa chegar ao burnout para pensar na saúde de forma preventiva?” – Tatiana Pimenta
Ela também destacou o crescimento de hábitos autodestrutivos como compensação da solidão e do estresse – fatores muito presentes nestes tempos pandêmicos. O consumo excessivo de álcool é um exemplo disso.
Por fim, o apelo é de que a preocupação com saúde mental seja uma iniciativa das lideranças, inclusive na área de RH. A profissional ressalta que até mesmo pequenas empresas, com um quadro de 20 a 25 colaboradores, podem começar a aplicar estratégias relacionadas ao cuidado mental.