As lições de Ram Charan no Flash Humanidades
Marcelos Tas e Ram Charan sobem ao palco do Flash Humanidades 2023
Em tempos de avanços tecnológicos cada vez mais rápidos e expressivos, focar nas necessidades individuais dos funcionários ainda é um desafio.
O resultado disso pode ser visto nas dificuldades de manter os times envolvidos com o trabalho: dados preliminares de uma pesquisa desenvolvida pela Flash em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e o Grupo Talenses indicam que apenas 30% dos empregados estão engajados atualmente.
Os caminhos para enfrentar essa realidade foram o tema do Flash Humanidades 2023 — Construindo Empresas que Encantam. O evento, organizado pela Flash, aconteceu no dia 15 de agosto, em São Paulo, e sediou premiação do Think Work Flash Innovations.
A segunda edição do encontro, que reuniu mais de 450 líderes, contou com a presença ilustre de um dos principais gurus de negócios e formação de líderes do mundo, Ram Charan.
Em um papo com o jornalista Marcelo Tas, ele falou, entre outras coisas, sobre a importância do RH estar no mesmo nível dos CFOs nas empresas. "Vocês que vão entregar os talentos para a empresa, e são os talentos que vão determinar o sucesso", provocou.
Conduzido pela jornalista Izabella Camargo, a mestre de cerimônias da noite, as discussões do Flash Humanidades foram amarradas pelas “pílulas de descompressão” da influenciadora e humorista Viviane Miranda, conhecida por retratar de forma bem humorada os diversos comportamentos das lideranças no mundo corporativo.
A busca pelo encantamento
Na abertura do Flash Humanidades, os sócios-fundadores da Flash, Ricardo Salem (CEO), Pedro Lane (COO) e Guilherme Lane (CTO), também subiram ao palco para falar sobre a missão da empresa de seguir entregando praticidade aos departamentos de gestão de pessoas. “Na média, nossos clientes utilizam sete plataformas para cuidar da rotina de seus colaboradores”, disse Ricardo.
Jornalista Izabella Camargo, recebe no palco Ricardo Salem, Founder e CEO da Flash, Guilherme Lane, Founder & CTO da Flash e Pedro Lane, Founder da Flash
“Efetivamente, a gente mudou o padrão de mercado e do que é um cartão de benefícios, mas nossa grande visão, que a gente criou no último ano e vem trabalhando para isso, é endereçar essa dor de como fazer tudo em um só lugar e criar encantamento onde hoje se vê burocracia”, completou o CEO.
Encantamento também foi o termo escolhido para dar o tom do painel em que as CEOs Flavia Bittencourt (Adidas), Lídia Abdalla (Grupo Sabin) e Rachel Maia (conselheira de grandes empresas e fundadora da RM Consulting), discutiram sobre como criar culturas corporativas que favoreçam o engajamento dos times – e o impacto que isso tem para os resultados do negócio.
A noite foi finalizada com a entrega do Think Work Flash Innovations, principal prêmio do Brasil para reconhecimento de iniciativas inovadoras na área de recursos humanos. Realizado pela Think Work, plataforma de conhecimento em gestão de pessoas, e com a Flash como apoiadora exclusiva, o prêmio recebeu a inscrição de mais de 400 projetos em suas 12 categorias. Confira aqui os vencedores!
Provocações ao guru dos CEOs
Marcelo Tas, apresentador do talk show "Provoca" (TV Cultura), subiu ao palco do Flash Humanidades. O convidado da noite foi Ram Charan, autor de best sellers como "Pipeline de Liderança", "O que o CEO Quer que Você Saiba" e "Repensando a Vantagem Competitiva".
Considerado pela Forbes como o maior consultor vivo no planeta, Charan já apoiou executivos de empresas como Apple, GE, Toyota, Starbucks e Walmart.
Confira a seguir as respostas do guru a três “provocações” de Tas:
Ram Charan compartilhou sua experiências com mais de 500 pessoas
1. O que fazer quando as pessoas não estão felizes em uma empresa?
“Eu sempre pergunto para os executivos qual o percentual de pessoas na empresa que eles acham que estão na função ou no lugar errado em suas empresas e a resposta costuma girar em torno de 25%. Por que essas pessoas que não estão no lugar certo estariam felizes?”
Para reverter um problema desses, segundo ele, o único caminho é conversar com vários membros do time até entender onde está a raiz do problema.
2. Como descobrir as perguntas certas a serem feitas
“As empresas têm muitas pesquisas sobre engajamento, mas nem sempre são perguntas que revelam a realidade. Já vi muita empresa dizendo que o engajamento do time é alto, mas no balanço financeiro o negócio está quebrado. Isso não é possível.”
Para o guru, a base de todo diagnóstico é descobrir se as pessoas sentem que estão no trabalho correto e se a função está estruturada da melhor forma. Só a partir disso é possível descobrir as causas das insatisfações mais comuns.
3. O papel da liderança em manter funcionários engajados
Ram Charan ressaltou, ainda, a importância de os líderes descobrirem talentos e ajudarem as pessoas a descobrir o que gostam de fazer. Mas, segundo ele, conhecer seu papel não quer dizer que os gestores saberão executá-lo.
“A liderança é estudada desde tempos imemoriais e já sabemos muito das regras básicas sobre o papel de um líder, mas é justamente neste básico que eles acabam falhando, e não nas questões técnicas mais avançadas.”
Outro ponto destacado pelo guru é a necessidade de se entender o potencial de cada pessoa – e passar a ter uma visão mais individualizada de cada funcionário, algo que as empresas já dominaram na relação com os consumidores.
“A Amazon faz tanto sucesso com os clientes porque entende a importância da personalização. Por que ainda tão poucas empresas fazem o mesmo com os seus funcionários? Por que não tratar cada um como uma pessoa individual?”
