A oitava palestra do primeiro dia de RH Summit contou com a presença de Ricardo Kremer, head de produto HCM na Senior Sistemas. O tema da palestra foi Pilares fundamentais para um RH Digital, e a curadora foi Jéssica Martins, que também figura como líder do evento.
A palestra começou com uma explanação realizada por Jéssica sobre a transformação da área de RH e do profissional de RH em termos de mindset para conseguir sustentar toda a transformação que o mercado da economia digital demanda.
Assim, é preciso entender o que é o RH Digital e como o profissional pode se desenvolver digitalmente. Para isso, é preciso se aprimorar e assim levar a transformação para sua área.
Logo no começo da palestra, foi perguntado a Kremer o que é RH Digital. Ele iniciou sua fala comentando sobre a confusão que muitas pessoas fazem, resumindo o RH Digital a apenas a utilização da tecnologia.
No entanto, existe sim uma conexão com o tecnológico, até porque as transformações digitais que ocorreram durante a pandemia aceleraram a utilização da tecnologia dentro da empresa, de modo que o RH não pôde ficar fora disso. Então, há a necessidade urgente de utilizá-la.
No entanto, o palestrante afirmou que RH Digital não é só isso. É preciso pensar no que vem antes da tecnologia. Para isso, é necessário ter o mindset correto!
O RH deve fazer um reset, quase como desligar e ligar um disjuntor e começar a criar um novo pensamento, ouvindo o que o colaborador e o que o gestor têm a dizer, o que dá velocidade e qualidade no tempo de resposta da empresa, com foco no negócio.
“O RH Digital é o RH que responde às alterações que acontecem no dia a dia das empresas e do mundo corporativo” – Ricardo Kremer
Dessa forma, Kremer trouxe os quatro principais pilares do RH Digital por meio de um framework, mostrando sua relevância dentro da adequação ao conceito.
O primeiro pilar é o Mindset/Visão, que corresponde a 35% no grau de importância. O time de gestão de pessoas deve se desfazer do que não serve mais e entender que as estratégias realizadas anteriormente não são estáticas e mudam ao longo do tempo.
Dentro disso, é preciso simplificar os processos para deixá-los únicos. Assim, as pessoas são colocadas nos centros deles e na visão do RH.
“Quanto mais simples somos como RH, mais únicos seremos em relação a tudo o que fazemos” – Ricardo Kremer
Ricardo explicou que não basta rodar tecnologia, mas sim valor para as pessoas. É preciso entregar valor para cada um dos indivíduos que compõem a equipe.
“Mudança é o mindset que vem antes da ação. Mudar é preciso!” – Ricardo Kremer
O segundo pilar corresponde a 25% de importância: Pessoas/Audiência. Ele tem muito a ver com empresas e a desmistificação das “empresas em silos”. Assim, é preciso quebrar esse mindset e entender os anseios e necessidades das pessoas.
No caso de uma companhia aérea, por exemplo, existem aqueles que atuam no escritório da organização, os que trabalham nos aeroportos e os que atuam dentro das aeronaves. Essas pessoas são diferentes, de modo que não se pode desenhar processos iguais para todas elas.
O terceiro pilar do RH Digital é o de Processo/Jornada, que corresponde a 30% de importância. Esse pilar deve ser entendido como o momento de desenhar processos focados nas pessoas com base em dados, mas também com base em sentimentos e entrega de valor.
Por fim, o quarto pilar é a Tecnologia, que conta com uma importância de apenas 10% para o RH Digital. É importante entender que não basta ter a troca de tecnologia, mas sim trocar a tecnologia com a finalidade de se transformar digitalmente.
“Tecnologia não é fim no RH Digital. Ela sempre é meio” – Ricardo Kremer
Tudo isso deve ser feito tendo uma visão clara de longo prazo. Segundo Ricardo, é preciso planejar o curto prazo de acordo com os pilares para chegar à visão estabelecida de longo prazo.
Ao final da fala do palestrante, Jéssica fez uma complementação muito interessante sobre as formas de incluir o RH Digital dentro da empresa. Primeiramente, é preciso tomar a decisão de se tornar digital. Não basta fazer isso em apenas algumas áreas da empresa, a não ser que haja uma estratégia quanto a essa repartição.
Além disso, é preciso trabalhar em paralelo com o time de RH para que ele desenvolva habilidades, a fim de poder utilizar as novas tecnologias de soluções de gestão de pessoas.
Por fim, a curadora ressaltou que o RH Digital não é apenas tecnologia, mas que ela é utilizada para escalar soluções. Assim, o pensamento voltado ao usuário final, flexibilidade, agilidade e resolução de problemas tem muito mais a ver com o conceito.
“O RH tem sido mais convidado do que convidado a protagonizar a transformação digital” – Jéssica Martins
Ricardo foi convocado a falar e fez uma reflexão sobre o protagonismo do RH dentro das empresas, salientando que o time precisa abrir a cabeça e lembrar sempre que o mindset deve vir antes da ação.
Chegando ao final da palestra, foi pedido a Kremer para dar algumas sugestões para que as pessoas pudessem se desenvolver como profissionais digitais. O palestrante relatou que, para fazer isso, é importante ouvir mais as pessoas que estão na empresa e, assim, aprender mais sobre o que se deve trabalhar.
Além disso, ele salientou a importância de fazer benchmarks não só em empresas do mesmo setor, mas também de outros setores. Esse é o caso de empresas do varejo que fazem benchmark com empresas de tecnologia, por exemplo.
Ricardo ainda comentou sobre a busca de conhecimentos sobre ciência de dados, estatística e tecnologia, ressaltando a importância de estudar sobre esses aspectos para se tornar um profissional digital.
Por fim, o palestrante disse que a tomada de decisão é muito importante para estabelecer uma visão de RH Digital. Depois, é preciso começar por pequenos pontos e estabelecer métricas de sucesso. Isso faz com que os resultados apareçam e as estratégias gerem mais valor para as pessoas.
Jéssica também ressaltou em sua fala final a importância de não focar apenas nos colaboradores, mas no negócio como um todo.
“Olhar para o colaborador é uma estratégia de negócio” – Jéssica Martins
É preciso olhar para o colaborador para ajudá-lo a se desenvolver, mas sempre com o objetivo de levar isso como resultado para o negócio.