Depois das hard skills (competências técnicas) e das soft skills (qualidades comportamentais), um novo conjunto de habilidades vêm ganhando protagonismo nos processos seletivos: as green skills.
Para especialistas que discutiram o tema no Fórum Econômico Mundial deste ano, em Davos, avançar para uma economia de baixa emissão de carbono exigirá a criação de milhões de "empregos verdes", que serão executados por pessoas com conhecimento e preocupações em relação à crise climática e à sustentabilidade do planeta.
E o que são as green skills? Como o nome já sugere, são os conhecimentos e habilidades necessários para a execução do trabalho com responsabilidade ambiental e social.
Para explicar a tendência, criamos um guia com todas as informações necessárias para você ficar por dentro dessa novidade.
Importante ressaltar que desenvolver green skills não é um requisito apenas para quem procura por posições ligadas diretamente à sustentabilidade ou ecologia. Anúncios de vagas para ocupações tão diversas como as de cientistas de dados ou na área da saúde, por exemplo, já buscam profissionais com esses atributos. O que nos aponta uma direção importante para o futuro do trabalho. À medida que as empresas amadurecem suas áreas de ESG, vai ficando clara também a necessidade de a empresa inteira estar alinhada com os temas de sustentabilidade e governança verde.
De acordo com o relatório Global Green Skills Report 2022, do LinkedIn, a parcela de talentos verdes na força de trabalho passou de 9,6% em 2015 para 13,3% em 2021 (uma taxa de crescimento de 38,5%).
Além disso, em 2022, cerca de 10% dos anúncios de emprego que exigiam habilidades pediam pelo menos uma "verde".
O estudo mostra ainda que os trabalhadores estão cada vez mais se qualificando em áreas verdes e fazendo a transição para empregos verdes e ecológicos. Em 2019, globalmente, a contratação de trabalhadores verdes já foi mais alta do que a de trabalhadores não verdes, e essa é uma tendência a se manter pelos próximos anos.
Enquanto as ofertas de emprego que exigem green skills cresceram 8% ao ano nos últimos cinco anos, o número de talentos verdes cresceu cerca de 6% ao ano no mesmo período. Assim, logo haverá mais empregos disponíveis para talentos verdes do que pessoas qualificadas para exercê-los.
Um bom exemplo é a indústria da moda. Entre 2016 e 2020, o nicho da moda sustentável foi o que mais aumentou globalmente em green skills, com uma taxa média de crescimento de 90,6%. Assim, aumentou também o número de designers, estilistas e comerciantes do ramo sustentável.
Capacitar agentes para pensar o consumo de maneira mais sustentável passa pela iniciativa tanto de empresas quanto de profissionais individualmente.
* Global Green Skills Report 2022, do LinkedIn
Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, sem o desenvolvimento adequado dos trabalhadores para uma "transição verde", a economia global poderá perder até 71 milhões de empregos. Por outro lado, políticas inteligentes e investimentos em requalificação podem reverter essa perspectiva. O setor de energia, sozinho, poderia produzir um crescimento líquido de 18 milhões de empregos.
Ainda de acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, mais de 1,47 bilhão de empregos em todo o mundo vão depender do clima. Muitos ainda precisam ser inventados, por isso a necessidade de desenvolvimento de green skills não pode ser subestimada.
A PwC, por exemplo, já anunciou que até 2026 criará 100 mil empregos e investirá U$ 12 bilhões em ESG (Meio Ambiente, Social e Governança), conceito que utiliza critérios para estabelecer o nível de sustentabilidade de uma empresa, considerando as três áreas que a sigla leva em seu nome.
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