Bruno Hoera, sócio fundador da Portland, participou do quarto dia de evento apresentando a palestra O novo processo digital de recrutamento da Portland: desafios e benefícios. A curadoria do conteúdo foi realizada pela jornalista Regina Augusto.
No começo da conversa, Bruno contou um pouco sobre a sua história durante a graduação e as agências pelas quais passou antes de criar a Portland. O foco do tópico foi o momento em que ele pediu demissão e fez um projeto de comunicação para uma grande marca de tênis.
Nesse momento, ele foi buscar referências na periferia e identificou todo o potencial criativo de comunicação que aquele local poderia oferecer. Ao mesmo tempo, percebeu que as pessoas daquele espaço não tinham as oportunidades que mereciam. Para equalizar isso, ele criou a Portland.
A proposta da Portland é furar a bolha dos profissionais que sabem mais do mesmo, que pensam igual e que acabam tendo a mesma bagagem uns dos outros. Para isso, criou-se uma agência que funciona em temporadas.
Quando sente que é o momento adequado, ele abre um processo seletivo e põe em pé de igualdade os jovens que fazem faculdades de comunicação e áreas afins. Esses jovens criam projetos e apresentam para uma banca multidisciplinar convidada pela Portland.
Para viabilizar todo o processo, a agência conta com o patrocínio de marcas e realiza a divulgação das empresas durante a seleção e recrutamento. Além de divulgar essas marcas, a agência também oferece os projetos para as empresas e faz indicações dos jovens para grandes agências da área de comunicação.
Cada vez que a Portland abre as portas para os jovens, isso é feito com algum propósito diferente. É possível que a temporada conte com projetos de patrocinadores, cocriação com outras agências ou projetos diretamente ligados às marcas.
A partir da seleção de projetos enviados pelos mais de 900 jovens que participam da seleção, a agência seleciona os 25 melhores e começa a fazer a sua capacitação para o mercado de trabalho, além de montar uma agência exclusiva para que o projeto seja desenvolvido.
Quando as indicações são realizadas pela agência, os candidatos são colocados em pé de igualdade. Assim, todos têm as mesmas oportunidades no momento de entrar no mercado de trabalho. Quando existe a necessidade de buscar novos projetos e outros jovens para compor esse banco de talentos, uma nova temporada é aberta.
O processo começou de maneira simples. O fundador da agência contou que chamou cinco amigos com características bem diversas para criar um vídeo, convidando os jovens a se inscreverem e enviarem os seus projetos.
Atualmente, os próprios jovens que participaram da última temporada, os chamados Portlanders, fazem o vídeo chamando novos talentos e os convidando para enviarem os seus projetos para avaliação. Dessa forma, as pessoas podem se identificar ainda mais com a agência e constatar que ela é um bom lugar para se trabalhar.
Segundo Bruno, o próximo sonho da agência é a criação de um evento que se chame Profissionais 50+. A ideia é encontrar pessoas que não têm experiência profissional ou já atuaram com comunicação, mas não conseguem se colocar no mercado.
No entanto, o fundador ainda não sabe como será esse processo, pois acredita que só poderá visualizar como as coisas vão funcionar quando efetivamente colocá-lo em prática. A ideia ainda é contar com o patrocínio das empresas e fazer do processo de seleção um evento.
No Brasil, as pessoas e as empresas são criativas por dois motivos: pela pluralidade que existe no país e pela necessidade que existe em criar coisas novas para se destacar no mercado.
“A diversidade é uma ferramenta de inovação” – Bruno Hoera