A Patrícia Kost, head de pessoas da Lambda3, finalizou a manhã do segundo dia do RH Summit trazendo insights e comentando práticas muito positivas realizadas em sua empresa. O tema da palestra foi A cultura como alicerce da boa gestão de pessoas, e a curadoria foi feita por Daniela Diniz, que também esteve na abertura do evento.
O começo da conversa foi pautado pelo mito (no qual muitas pessoas acreditam) de que a tecnologia vai substituir as pessoas. Kost comentou que isso realmente não é verdade, especialmente quando falamos de empresas que valorizam o seu quadro de colaboradores.
É possível falar de tecnologia e atuar nessa área, valorizando as pessoas, suas experiências, cultura, conhecimento e diversos outros aspectos que as tornam únicas para o mundo.
Foi falado um pouco sobre a história da Lambda3. Ela nasceu pequena e até pouco tempo tinha menos de 100 funcionários. O grande ponto de observação é que, mesmo pequena, ela conseguiu implementar uma cultura muito forte desde o seu começo.
A palestrante comentou que a Lambda3 só existe por causa das pessoas que atuam nela, trocando experiências sempre que possível. Ela ressalta que essa troca é muito incentivada, uma vez que a empresa conta com ações que motivam e dão segurança para os colaboradores.
Daniela então abordou o tema central do RH Summit de 2021: voltando às raízes do RH. Ela abordou que a questão de trabalhar a cultura da empresa é um fundamento básico e que deve ser valorizado.
Nesse momento, a palestrante contou um pouco sobre a desmistificação que deve ser feita em relação ao RH. Muitas vezes, as pessoas têm experiências negativas por não receberem devolutivas em processos seletivos ou por diversos outros motivos.
Sendo assim, a Lambda3 fez com que a relação do RH fosse mais próxima e transparente com a equipe. Mostrando que isso é possível, ela cria uma relação de confiança com o RH e passa a enxergá-lo de uma forma mais positiva.
“A gente faz para falar, e não fala pra fazer” – Patrícia Kost
Abordou-se a questão das pesquisas de clima e de opinião dos colaboradores e os impactos que elas causam nas empresas, ressaltando a importância de dividir conhecimentos, fazer palestras e sempre construir tudo em conjunto.
Além disso, essa forma de gestão de pessoas dá mais trabalho, mas, ao mesmo tempo, conta com um envolvimento das pessoas totalmente diferenciado. Para Patrícia, os clientes da equipe de RH são os próprios colaboradores da empresa.
Em um segundo momento, Kost abordou que os modelos tiveram que ser adaptados com a pandemia. O trabalho remoto já era uma realidade, mas, durante uma pandemia, ele teve que ser melhorado.
Uma curiosidade sobre a Lambda3, levantada durante a palestra, é que ela não tem uma hierarquia formal. Isso significa que as pessoas podem se autogerir em equipes e cada um pode contribuir com o seu melhor.
Na prática, isso realmente dá trabalho, pois não estamos acostumadas a isso (nem na escola o trabalho em equipe era feito de forma correta). A palestrante até fez uma brincadeira com os dois tipos de alunos: o que fazia o trabalho sozinho e o que pedia para que colocassem o nome dele.
Patrícia explica que isso pode ser feito por meio de três pilares muito importantes:
Todos podem contribuir para resolver problemas. Quando há uma crítica, ela tem que vir acompanhada de uma sugestão. Quando alguém erra, precisa ter a coragem para falar e tentar resolver a questão e, se não conseguir, deve contar com a ajuda de toda a equipe para tratar o problema.
“A expertise não está vinculada a uma verdade absoluta" – Patrícia Kost
Outro ponto interessante que também tem a ver com os pilares mencionados é pedir o próprio aumento dentro da empresa. No modelo da Lambda3, o profissional deve fazer isso de forma autônoma, com base na sua avaliação sobre o próprio trabalho e na avaliação do seu time.
Para fazer isso, é preciso ter transparência e deixar o funcionário muito à vontade. Uma de suas atribuições, inclusive, é conversar com cada um dos colaboradores para verificar se eles estão confortáveis com esse cenário.
Além disso, é preciso desconstruir pensamentos lineares sobre o reconhecimento externo sobre o aumento, bem como avaliar e melhorar esse processo ano após ano para que ele continue dando certo conforme a empresa cresce.
Outra questão abordada foi a de não ser um empecilho para os projetos pessoais de cada colaborador. Segundo Patrícia, tudo deve ser conversado, e uma relação de confiança precisa ser estabelecida para que a parceria dure enquanto fizer sentido para os envolvidos.
Também é interessante ter um relacionamento próximo com a equipe e comemorar as vitórias de cada um. Se alguém termina um curso ou consegue uma oportunidade interessante, a empresa pode saber e inclusive motivar ainda mais o colaborador.
Tudo isso reduz a incidência de turnover e faz com que os profissionais tenham mais engajamento com a empresa, sempre lembrando de trabalhar com a realidade e não com a perfeição dentro da organização.
Em relação ao desenvolvimento dos profissionais de Tecnologia da Informação (TI), Kost comenta que a empresa também entende que tem uma responsabilidade quanto a isso. Sendo assim, desenvolve projetos e ainda cumpre parte do seu papel dentro da sociedade.
Ao final do encontro, Daniela trouxe uma reflexão sobre a essência que o profissional de RH não pode deixar de lado, mesmo frente a tantas demandas de transformação digital e outros aspectos relacionados.
Patrícia afirmou que é preciso gostar das pessoas, saber ouvir, entender o cenário de cada um e saber que não há respostas para tudo, mas que o diálogo e a comunicação são essenciais. É preciso construir credibilidade com ações e, com isso, tornar a atuação do RH real e genuína dentro das empresas.
“Cuidar de pessoas é essencial” – Patrícia Kost